Tio e sobrinho de 9 anos morrem afogados em cachoeira de MG
O trágico afogamento ocorreu no último sábado, dia 6 de dezembro.
Com a chegada das altas temperaturas, as cachoeiras voltam a receber grande fluxo de visitantes em busca de refresco e contato direto com a natureza. Porém, esses ambientes, que à primeira vista parecem inofensivos, podem esconder riscos significativos, sobretudo em locais com correntezas fortes, poços profundos e pouca fiscalização.
Foi exatamente o que aconteceu no fim de semana em Paraisópolis (MG). Um menino de 9 anos e seu tio perderam a vida após um afogamento na Cachoeira do Porto, área que já acumulava histórico de ocorrências semelhantes e é considerada perigosa pelos moradores.
As vítimas foram identificadas como Yago Luiz da Silva e Lucas Aparecido Teófilo, de 29 anos. Segundo relatos de moradores e informações da prefeitura, o acidente aconteceu na tarde de sábado, em uma área privada sinalizada com placas alertando sobre a força da correnteza.
A Brigada Municipal e o Samu foram acionados, mas, apesar das tentativas de reanimação, o menino não resistiu. O corpo de Lucas foi encontrado apenas no domingo, após horas de buscas realizadas pelas equipes de resgate.
Em nota oficial, a prefeitura lamentou profundamente o ocorrido e ressaltou que a Cachoeira do Porto deixou de ser um ponto turístico oficial do município desde 2024. Ainda assim, o local continua aparecendo em buscas online e em páginas de turismo não oficiais, o que contribui para a chegada de visitantes desinformados sobre os riscos.
Moradores relatam que o ponto já soma mais de 20 mortes por afogamento nas últimas duas décadas, sendo três somente desde outubro deste ano. A profundidade da área principal pode chegar a quatro metros, o que torna o banho especialmente arriscado para quem não conhece o terreno submerso e suas variações.
O caso reacende a discussão sobre segurança em áreas naturais de lazer, muitas vezes sem monitoramento e sem a presença de salva-vidas. Em dias de calor intenso, quando aumenta a procura por locais para se refrescar, as autoridades reforçam a importância da prudência e do respeito às sinalizações. Embora as cachoeiras encantem pela beleza, a falta de cuidado pode transformar um momento de lazer em uma tragédia irreparável.
Além disso, especialistas em segurança hídrica alertam que muitos acidentes poderiam ser evitados com medidas simples, como o reforço da sinalização, campanhas educativas e a criação de barreiras físicas em áreas de maior risco. Também destacam que o desconhecimento sobre a força da água é uma das principais causas de afogamentos em rios e cachoeiras.
Moradores da região reforçam que a conscientização é essencial, especialmente entre turistas que não conhecem bem o local. Há anos, eles reivindicam ações mais efetivas do poder público e um controle maior sobre o acesso à Cachoeira do Porto, na tentativa de evitar novas fatalidades.
Enquanto isso, familiares das vítimas e a comunidade local vivem o luto e pedem que a tragédia sirva de alerta. Para eles, a memória de Yago e Lucas deve promover mudanças que ajudem a preservar vidas no futuro, estimulando uma cultura de respeito aos limites da natureza e de cuidado coletivo.
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